Nesta terça-feira (16), após sair de uma reunião com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as propostas de renúncia fiscal em discussão no Congresso poderão custar R$ 32 bilhões aos cofres públicos.
“Eu sempre procuro esclarecer os valores que estão envolvidos. A PEC de R$ 16 bilhões, a renúncia da folha que é mais R$ 12 [bilhões], o benefício aos municípios que são R$ 4 bilhões. Então, tudo somado, estamos falando de R$ 32 bilhões que não estão previstos no orçamento”, afirmou Haddad.
“O papel da equipe econômica é colocar as coisas no lugar para a economia funcionar bem. Obviamente, estamos conversando com todos os interessados, mas, sobretudo, pensando no Brasil como um todo. Eu não posso prejudicar toda a sociedade brasileira para favorecer um setor. Tenho de encontrar um equilíbrio”, completou o ministro.
Haddad também negou qualquer tensão entre o governo e o Congresso.
“Não existe tensão entre os poderes. A Fazenda negociou projetos complexos, difíceis, que ninguém sequer apostava em sua possível aprovação, e nós estamos discutindo. Não temos problema em discutir”, garantiu.
Na segunda-feira (16), Haddad se reuniu com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir sobre o destino da Medida Provisória (MP 1202/2023) que reonera a folha de salários de 17 setores econômicos.
Depois de quase três horas de reunião, os dois decidiram que a Medida Provisória do governo sobre a desoneração da folha de pagamentos dos setores que mais empregam deve ser revogada.
Nesta quarta-feira (17), Haddad deve se reunir com o presidente Lula (PT) para discutir a pauta econômica.