O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (28), um pacote de medidas econômicas que será encaminhado ao Congresso Nacional. Entre as medidas, consta a “compensação de prejuízos tributários” por parte da desoneração da folha de pagamento e de “impostos que foram pagos indevidamente nos anos anteriores”.
“São muitas coisas para decidir depois da promulgação da reforma tributária e encaminharemos medidas complementares após uma exame detalhado do orçamento da União. Analisamos todos os buracos e o nosso compromisso foi chegar com um déficit menor ao final deste ano”, disse Haddad.
O ministro criticou a derrubada do veto da desoneração da folha, que foi prorrogado por 5 anos, sem que fosse discutido com o governo federal. “Sem discutir conosco, decidiram prorrogar por 5 anos, com o compromisso de que esse programa ficaria limitado a R$ 4 bi ao ano de renúncia fiscal. Acontece que estamos fechando o primeiro ano — este ano — com mais de R$ 16 bi de renúncia fiscal. Isso é a parte informada pelo constituinte”, disse.
Para compensar a perda fiscal, Haddad mencionou que será encaminhado ao Congresso uma “reoneração gradual, sendo analisada setor a setor” e sinalizou que pode ocorrer uma reforma dos tributos sobre o trabalho, partindo da reoneração dos 17 setores. “Não necessariamente volta para os 20% de cota patronal. E com um ingrediente novo que queremos testar, que é a ideia de isentar de pagamento o primeiro salário mínimo que o trabalhador receber”, disse.
Segundo Haddad, a medida será um teste do que ele entende como “caminho interessante” para empregabilidade, principalmente da população mais pobre. “Você diminui o ônus do emprego sobre o trabalhador que ganha menos”, prosseguiu o ministro.
Outra mudança apresentada por Haddad será no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado na pandemia para beneficiar o setor cultural e prorrogado pelo Congresso, em maio, até 2026. Segundo o ministro, parte dos abatimentos tributários incluídos nesse programa será revogada gradualmente nesse período.
Haddad ressaltou a necessidade de colocar “ordem nas contas públicas e disse que “o Brasil demonstrou que é possível ter bons prognósticos na economia”. Ele citou que “a taxa de cambio, inflação, taxa de desemprego estão muito mais favoráveis do que no ano passado”. “Estamos enfrentando cada um dos problemas com transparência, diálogo e explicação das medidas para chegar a um denominador comum e o país avançar”, declarou.