
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou neste final de semana a indicação de um nome para o conselho de administração da Petrobras que já foi rejeitado no ano passado por atividade partidária. O advogado Renato Campos Galuppo não foi aceito em 2023 por ligação com o partido Cidadania, o que iria contra a Lei das Estatais que Lula vem tentando mudar desde o começo do novo mandato.
A indicação de Galuppo foi formalizada pelo ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, que enviou um ofício para o presidente do conselho, Pietro Sampaio Mendes. A vaga a que ele foi indicado foi aberta com a renúncia de Efrain Pereira da Cruz, que era o número 2 da pasta e exonerado há pouco mais de uma semana.
Segundo interlocutores do governo, há a expectativa de que o nome de Galuppo não seja rejeitado novamente, e que ele siga no cargo após a assembleia-geral ordinária prevista para março que vai renovar os integrantes do comitê.
Silveira expressou a intenção de manter no
conselho Mendes, Bruno Moretti, Jean Paul Prates (presidente da Petrobras) e
Vitor Saback, este último aguardando confirmação oficial. O governo também
enviará três nomes para formar uma lista tríplice, seguindo o modelo que levou
à escolha de Sérgio Rezende no ano passado.
Especializado em direito eleitoral, Galuppo enfrentou objeções por sua vinculação com o Cidadania, mas o governo sustentou que a proibição foi alterada pela liminar do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que toma posse como ministro da Justiça e Segurança Pública no começo de fevereiro.
Essa decisão suspendeu parte da Lei das Estatais que impunha uma quarentena de três anos para políticos ou dirigentes partidários em estatais.