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BC revisa dados e investimento estrangeiro no Brasil cai 17% em 2023

O Banco Central promoveu uma ampla revisão das estatísticas do investimento estrangeiro direto no Brasil nos últimos dois anos. O resultado foi uma redução nos valores investidos em 2022 e um aumento nos desembolsos em 2023.

Com isso, segundo a nova contabilidade, os aportes de capital internacional no setor produtivo brasileiro caíram “apenas” 17% no ano passado. Antes da revisão, os dados acumulados até novembro apontavam queda de 36% no investimento estrangeiro em relação a igual período de 2022.

Segundo relatório do setor externo publicado nesta segunda-feira (5), o chamado Investimento Direto no País (IDP) foi de US$ 62 bilhões em 2023, 17% abaixo do saldo de 2022 (US$ 74,6 bilhões).

Antes da revisão, as estatísticas do Banco Central apontavam um desembolso de US$ 87,2 bilhões em 2022. Esse número, portanto, foi reduzido em pouco mais de US$ 12,6 bilhões.

A revisão no dado de 2023 foi em sentido oposto. A contabilidade anterior indicava que, de janeiro a novembro, o país havia recebido US$ 52,7 bilhões em investimento estrangeiro direto. Na nova versão, os aportes nesses mesmos 11 meses foram elevados para US$ 62,3 bilhões – um aumento de quase US$ 10 bilhões.

No caso dos dados de dezembro de 2022, o que era um saldo positivo de US$ 5 bilhões se transformou em saída líquida de US$ US$ 479 milhões após a revisão. Em dezembro de 2023, enquanto isso, o relatório divulgado nesta segunda-feira também aponta saída líquida de capital, de US$ 389 milhões.

“A trajetória do investimento estrangeiro é a mesma”, diz diretor do BC

O diretor do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou que a revisão não alterou a trajetória do IDP.

“Me parece que a trajetória é a mesma. Em 2022 tivemos ingressos maiores e, no ano de 2023, esses ingressos foram menores. Isso permanece após a revisão”, disse Rocha em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

Segundo ele, a revisão estava originalmente programada para novembro, mas não ocorreu por causa da mobilização de servidores da instituição, que pedem reajuste salarial.

Nota divulgada pelo BC informa que sua política estabelece revisões das estatísticas de balanço de pagamentos duas vezes por ano, em julho e novembro.

“Em relação às fontes de dados cabe notar que as transações registradas no Sistema Câmbio, principal fonte de dados para a compilação das estatísticas de balanço de pagamentos, são capturadas imediatamente e, portanto, incluídas na primeira divulgação estatística. Por outro lado, as fontes de dados declaratórias possuem maior defasagem e, por requererem tratamento e validação específicos, são incorporadas posteriormente, durante o processo de revisão”, diz a nota.

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